Vinhos para o verão: conheça as melhores escolhas e harmonizações
Veja os estilos de vinho que mais combinam com o calor e como combinar com pratos e drinques
Por Rosana Ferreira
29/01/2023 06h36 Atualizado há 16 horas
Quando se fala em vinho, é comum associá-lo ao inverno, mas a bebida também cai bem no verão, basta escolher os estilos apropriados. "A estação do ano onde os dias são mais longos que as noites e as temperaturas ficam nas alturas, tudo o que buscamos é a leveza nas roupas, nos alimentos e, por que não, nos brindes?", diz a sommelière Marina Bufarah de Souza, da Wine.
O sommelier e consultor de vinhos, Marcos Medeiros, explica que nos dias calor, o ideal são as bebidas que podem ser servidas em temperatura menor, como os frisantes, os espumantes, os brancos, os rosés e até os tintos leves.
Para saber como se refrescar no verão na companhia dos vinhos, os profissionais dão dicas preciosas. Confira!
Espumante brut
Espumante brut é ótimo nos dias quentes e funciona como um coringa na harmonização — Foto: Freepik / CreativeCommons
Medeiros explica que brut é uma designação de residual de açúcar da fruta para espumantes (e champanhes). Para se ter uma ideia, no caso de brut, há presença de 0,12 g/litro; já no dèmi-sec essa quantidade aumenta para 0,52 g/litro. "Quanto maior o residual de açúcar, mais doce é o vinho", diz.
Já a segunda fermentação da bebida pode ser feita na própria garrafa – método champanoise ou tradicional – ou em tanques de aço inox para depois engarrafar – médoto charmat. Enquanto o primeiro resulta vinhos mais complexos, com aromas de fermento e brioche, o segundo rende bebidas mais frutadas e leves.
As combinações são tão extensas, tanto que o espumante brut chega a ser chamado um coringa. Não sabe com que vinho servir um prato? Aposte no espumante! Mas, em linhas, gerais, a bebida vai bem com entradas, petiscos, saladas, peixes, frutos de mar e até carne vermelha.
Frisante
Os vinhos frisantes são mais doces e também podem ser produzidos na versão rosé — Foto: Freepik / CreativeCommons
Nos frisantes, estão os lambruscos e moscatos, que não passam por segunda fermentação, por isso, é adicionado gás carbônico à bebida. Nesse estilo de vinho, é comum usar a uva moscatel, que, por natureza, é bem doce, gerando um residual alto de açúcar no vinho. "São mais doces, então o ideal é servi-los mais gelados ainda", afirma Marcos.
O moscatel, segundo Marina, pode acompanhar desde aperitivos salgados e picantes, pelo contraste, ou harmonizar com sobremesas, por similaridade. “Na taça, ele fica lindo na companhia de frutas, como morango, kiwi, manga, limão siciliano e algumas folhas de hortelã para complementar o frescor”, sugere a sommelière.
Já na categoria de frisantes, está também a versão rosé, feita com uvas tintas, que têm pouco contato com a casca para dar a cor característica. "Depois pode ser adicionado gás carbônico (frisante) ou realizada a segunda fermentação dentro da garrafa (espumante)", explica Marcos.
Esse tipo de vinho rosé também pode compor um drinque fácil ao acrescentar um picolé na taça. “A dica é brincar com os sabores nas combinações. Um picolé de maracujá traz toques cítricos e tropicais – a cara da estação –, e ficam super gostosos com os toques de morango, cereja e framboesa do espumante”, revela Marina.
Branco
O vinho branco se destaca pela acidez elevada, o que o torna mais leve e fresco, ideal para ser servido bem gelado — Foto: Freepik / CreativeCommons
O vinho branco tem uma acidez elevada, que faz com que ele fique mais leve e fresco, por isso, suporta temperaturas mais baixas. Entre as uvas brancas, o sommelier Carlos Maynard cita Chardonnay, Sauvignon Blanc e Riesling. "São castas muito indicadas por serem mais secas e possuírem menor teor alcoólico", explica.
Já Marcos destaca a Pinot Grigio, muito usada na Itália, inclusive para fazer drinques, porque é bem leve e refrescante. Combina com pratos leves, como saladas, peixes e frutos do mar, mas também pode acompanhar bem massas, aves e queijos variados.
Rosé
"Muito populares em países da Europa, como Portugal e França, os rosés são feitos de uva tinta, mas sua coloração mais clara se dá pelo contato rápido das cascas com o mosto", define Carlos. Já que não é tão encorpado como os tintos e tem mais acidez e frescor, conforme explica Marcos, isso ajuda muito no serviço de temperaturas mais frescas.
Os mais clássicos são os rosés da Provence, na França, muito leves, claros e elegantes. Já os da América do Sul (Brasil, Argentina, Chile e Uruguai) costumam ter mais estrutura e uma cor acentuada.
Na hora de harmonizar os rosés, Marina dá preferência aos frutos do mar e até sugere pratos como moqueca e o famoso acarajé. "Se você é do time dos drinques, uma caipirinha de frutas vermelhas fica ótima substituindo a cachaça pelo vinho", sugere ela.
Tinto leve
Os tintos leves também vão vem no verão, já que podem ser servidos gelados e até fazer parte de drinques, como sangria — Foto: Freepik / CreativeCommons
Os vinhos tintos leves também podem ser servidos a temperaturas mais baixas. Na hora de escolher, Carlos sugere os exemplares mais jovens, frutados e menos amadeirados. "Quanto menos contato com casca na hora da vinificação, menos corpo e menos temperatura para serviço terá", explica Marcos, que indica servi-los no máximo a 10 °C. Entre os tintos mais leves, ele destaca Pinot Noir, Bardolino, Montepulciano e Chianti (da uva Sangiovese), que vão muito bem com pizza, por exemplo.
Outra opção é a uva Gammay, do Sul da Borgonha, na França, que não tem suporte para estagiar em barricas de carvalho, por isso, é muito frutado, com aromas de tutti-frutti. Uma boa opção de harmonização com este vinho são os embutidos e frios, pois sua doçura natural ameniza o acentuado salgado da comida. Os tintos leves, segundo Marina, também fazem bonito quando combinados com frutas e tônica, em uma versão de sangria bem refrescante.
Fonte:https://revistacasaejardim.globo.com/gastronomia/noticia/2023/01/vinhos-para-o-verao-conheca-as-melhores-escolhas-e-harmonizacoes.ghtml
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